Por Jorge NatanRio de Janeiro
Atacante se recupera de três lesões, vira maior artilheiro da história do Guangzhou e recebe confiança de Felipão para guiar time na Champions da Ásia, visando o Mundial
Ao sofrer três lesões musculares em sequência, na mesma região da coxa direita, Elkeson imaginou que a temporada 2015 não lhe reservaria a mesma felicidade de anos anteriores no futebol chinês. Mas o destino trouxe bons capítulos na segunda metade do ano. Tudo teve início ainda na reta final de recuperação do jogador, em julho, quando a comissão técnica de Luiz Felipe Scolari e a diretoria decidiram inscrevê-lo para as fases finais da Liga dos Campeões da Ásia, "barrando" o astro Robinho, contratado pouco antes. Ali, Elkeson ganhou a motivação necessária para espantar os problemas físicos, entrar para a história do clube e sonhar com a vaga em mais um Mundial de Clubes - que será disputada na final da Champions asiática a partir deste sábado, contra o Al Ahli, dos Emirados Árabes.
Perto do fim do prazo de inscrição para as três fases finais da Liga dos Campeões, Felipão se reuniu com o presidente do Guangzhou para tomar uma decisão: quem preencheria as três vagas de estrangeiros até fim da competição. Eram quatro opções: Paulinho, Elkeson, Ricardo Goulart e Robinho (Allan estava lesionado). O ex-corintiano e o ex-cruzeirense foram selecionados e, entre Elkeson e o astro que já atuou em Milan e Real Madrid, pesou a experiência do ex-botafoguense no futebol chinês e no torneio continental, onde foi vencedor em 2013.
- Eu acredito que o fato de eu já ter conquistado uma Champions da Ásia pesou na escolha do professor. O Robinho chegou no meio do ano, não teve essa experiência. Então, acredito que foi o conjunto. Como fã do Robinho, gostaria muito de jogar essa competição ao lado dele. Mas como o regulamento limita o número de estrangeiros, não foi possível nessa temporada. Isso me deu uma motivação a mais para passar dessa fase de lesões. Eu tive a última lesão perto de recomeçar a segunda fase da Champions e houve a dúvida se iria me recuperar, e o professor Felipão acreditou na minha recuperação. Isso me motivou a fazer um bom tratamento - afirmou Elkeson ao GloboEsporte.com.
Atacante e compatriotas do Guangzhou: Allan, Robinho (esquerda), Ricardo Goular e Paulinho (Foto: Arquivo pessoal)
A simples inscrição na competição transformou um ano que o atacante vinha considerando difícil. Sem histórico de lesões, o jogador de 26 anos sofreu uma lesão muscular de grau 2 na coxa direita pela primeira vez em 5 de maio, em duelo contra o Western Sydney Wanderers, pela Liga dos Campeões. Recuperado em um mês e meio, esperava retornar aos campos na estreia de Felipão, em 25 de junho, mas voltou a sentir o mesmo problema três dias antes do jogo.
Então, passou a trabalhar duro com a recém-chegada comissão técnica brasileira e voltou aos campos apenas em 12 de agosto, diante do Guoxin-Sainty, quando atuou por 45 minutos. No jogo seguinte, diante do Shanghai Greenland, entrou no intervalo e balançou as redes - mas mesma lesão na coxa direita voltou a assombrá-lo. Em 12 de setembro veio o retorno definitivo, novamente com um gol.
- Eu nunca passei por isso. Longe do seu país, contei muito com meus pais, meus irmãos que estavam aqui. Foram muito importante para mim. Meu amigo Alex também, que está aqui desde o primeiro ano, é preparador físico no clube. Me deu o suporte fora de campo, todos os dias. O conjunto me motivou bastante - afirmou.
- Eu nunca passei por isso. Longe do seu país, contei muito com meus pais, meus irmãos que estavam aqui. Foram muito importante para mim. Meu amigo Alex também, que está aqui desde o primeiro ano, é preparador físico no clube. Me deu o suporte fora de campo, todos os dias. O conjunto me motivou bastante - afirmou.
Ex-botafoguense em período de recuperação, junto ao amigo Allan (Foto: Divulgação)
A sequência de lesões veio justamente no período em que o Campeonato Chinês tem a maior parte de seus jogos realizados. Por isso, o brasileiro atuou em apenas 16 partidas da competição, marcando sete gols. Pela Champions, foram outros nove jogos, com dois gols. A pouca participação na temporada, entretanto, foi suficiente para colocar o nome de Elkeson de vez em Guangzhou: ele chegou à marca de 100 partidas e se tornou o maior artilheiro da história do clube, com 78 gols, empatado com Muriqui.
- Foi uma recompensa. Todo jogador gosta de conquistar objetivos pessoais. Eu acredito que se tivesse tido mais jogos, teria feito mais gols. Mas é tudo como o homem lá de cima quer. O jogador vive de motivação, de objetivos que traça no começo do ano. Não acho que eu seja o maior ídolo atualmente, mas eu conquistei muita coisa no país, assim como meus amigos chineses. Eu sou o brasileiro com mais tempo de casa, conquistei títulos importantes e a torcida com meus jogos, minha dedicação, os gols importantes. Hoje tenho um pouco de reconhecimento no país, e isso é bem legal - disse o atacante.
- Foi uma recompensa. Todo jogador gosta de conquistar objetivos pessoais. Eu acredito que se tivesse tido mais jogos, teria feito mais gols. Mas é tudo como o homem lá de cima quer. O jogador vive de motivação, de objetivos que traça no começo do ano. Não acho que eu seja o maior ídolo atualmente, mas eu conquistei muita coisa no país, assim como meus amigos chineses. Eu sou o brasileiro com mais tempo de casa, conquistei títulos importantes e a torcida com meus jogos, minha dedicação, os gols importantes. Hoje tenho um pouco de reconhecimento no país, e isso é bem legal - disse o atacante.
Elkeson treina com Paulinho antes da final da Champions (Foto: EFE/ALI HAIDER)
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