Falta total de orientação da CBF e acreditar que uma partida das Eliminatórias vale menos do que jogo do Campeonato Espanhol. Tivesse Neymar, o capitão da Seleção Brasileira, o mínimo de conhecimento, não passaria por uma cena constrangedora.
Assim que terminou a partida contra os peruanos, em Salvador, não caminharia em direção ao árbitro José Hernando Buitrago. E tentaria oferecer sua camisa ao colombiano que apitava sua última partida como juiz da Fifa, já que tem 45 anos, idade limite para a entidade.
Ele balançou a cabeça e se afastou. Neymar tomou um susto. Não sabia nem como agir de tanto constrangimento. Puxou a camisa de volta e a entregou, com raiva, a um dos roupeiros da Seleção.
Muitos jornalistas e torcedores passaram a elaborar mil teses. A principal: Buitrago teria ficado magoado com as reclamações e palavrões que ouviu do capitão da Seleção, a quem brindou com um cartão amarela.
Nada disso.
As Eliminatórias são o início formal da disputa da Copa do Mundo da Rússia. É absolutamente proibido para os árbitros receberem qualquer presente das seleções envolvidas nos jogos. Não era um amistoso que Brasil e Peru jogaram. Foi uma partida com consequência na classificação ou não dos países para o próximo Mundial.
Não tem cabimento Neymar desconhecer algo tão básico.
Basta imaginar a cena. Na partida de volta, os argentinos vencem o time de Dunga, digamos em Fortaleza. E ao final do confronto, Messi dá sua camisa ao juiz, em pleno gramado. Seria um escândalo internacional de grandes proporções. E com razão de ser.
No Campeonato Espanhol, Neymar mal olha para os juízes após os jogos.
A atitude simpática, ingênua do brasileiro comprometeria o colombiano.
Diante da negativa correta do árbitro, o jogador ficou sem graça, irritado.
A imagem do que se passou corre o mundo.
Neymar é uma das maiores estrelas do futebol do planeta.
O constrangimento não deveria ser para o jogador.
Mas para a CBF, para o coordenador de Seleções, Gilmar Rinaldi.
Para o técnico Dunga.
Alguém tem de explicar como as coisas funcionam ao capitão do Brasil.
Jogo das Eliminatórias da América do Sul é muito importante.
A boa intenção se transformou em algo constrangedor.
O juiz poderia até citar na sua súmula a oferta.
Ficaria até pior.
Tudo isso à toa.
Por pura falta de orientação.
E amadorismo que domina a CBF.
A incompetência é generalizada...
Cosme Rímoli
Cosme Rímoli
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