Organização está de luto e indignada com violência contra trabalhadores humanitários
Ontem (24/06), três profissionais de Médicos Sem Fronteiras que atuavam na assistência à população de Tigré, na Etiópia, foram assassinados. Desde o início de novembro de 2020, a região do país africano vive um conflito armado, que provocou o deslocamento de milhares de pessoas e destruiu o sistema de saúde local.
No início de março, MSF denunciou um ataque deliberado a instalações de saúde, que foram saqueadas e destruídas, limitando ainda mais os atendimentos médicos à população. Leia a seguir o comunicado emitido por MSF:
Hoje é um dia terrível de luto. Condenamos fortemente o ataque que custou a vida de três de nossos colegas, María, Yohannes e Tedros, e causa um enorme sofrimento a seus familiares e entes queridos. Eles trabalhavam em Tigré, região norte da Etiópia abalada por conflitos armados. Nada que possamos escrever servirá para expressar toda nossa tristeza e indignação. Transmitimos nosso pesar mais profundo e condolências às suas famílias e entes queridos.
María Hernández era uma de nossas coordenadoras de emergência em Tigré, Yohannes Halefom Reda era assistente de coordenação e Tedros Gebremariam Gebremichael trabalhava como motorista. Perdemos contato com eles e com o veículo em que viajavam na tarde de ontem. Hoje de manhã, o veículo foi encontrado vazio e, a alguns metros de distância, seus corpos sem vida.
Condenamos este ataque a nossos colegas nos termos mais fortes possíveis e não vamos parar até ter esclarecido o que aconteceu. María, Yohaness e Tedros estavam ali ajudando à população e é impensável que tenham pagado com as suas vidas por isso. Estamos em contato próximo com seus familiares e pedimos o máximo respeito com eles. Também estamos em contato com todas as autoridades pertinentes.
María Hernández, de 35 anos e originária de Madri (Espanha), iniciou seu trabalho em MSF em 2015 na República Centro-Africana e desde então havia trabalhado no Iêmen, México e Nigéria. Yohannes Halefom Reda, assistente de coordenação etíope, tinha 31 anos e havia ingressado na organização em fevereiro. Tedros Gebremariam Gebremichael, também etíope de 31 anos, trabalhava desde maio como motorista de MSF.
As mortes de María, Yohannes e Tedros são um golpe devastador para todas as pessoas que fazem parte de nossa organização tanto na Etiópia como no resto dos países onde MSF atua. Compartilhamos com profunda tristeza, indignação e consternação e sentimos imensamente por suas famílias.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
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