João Santos numa visita a sua fabrica em Mossoró no Rio Grande do Norte - FOTO: BLOG CARLOS SANTOS
O empresário pernambucano João Pereira Santos, fundador do Grupo João Santos, morreu no dia 9 de abril de 2009 vítima de parada cardíaca. Contava 101 anos. Na época ele comandava de perto um grupo com 10 mil colaboradores.
O empresário presidia o Grupo Industrial João Santos, que atuava nos ramos sucroalcooleiro, transportes, cimento (Cimentos Nassau), comunicação, papel e celulose.
Era viúvo e teve sete filhos - dois deles já falecidos. Nascido em Serra Talhada, no sertão pernambucano, teve infância difícil.
Seu pai morreu quando tinha apenas um ano de idade e, aos oito anos, teve seu primeiro emprego, em uma fábrica de tecelagem do industrial Delmiro Gouveia, em Paulo Afonso (BA). Ele está presente numa foto clássica onde Delmiro está numa carro no sertão do Nordeste.
Era o menino encarregado de abrir as porteiras das fazenda onde Delmiro Gouveia ia comprar algodão para sua fábrica de linhas. Ele trabalhou nas empesas na área de contabilidade.
Aos 22 anos, já de volta ao Recife, formou-se em Ciências Econômicas e quatro anos depois já era sócio da empresa de Adriano Ferreira, onde começou como chefe de escritório. Com ele, comprou a usina de açúcar Santana de Aguiar, em Goiana (PE) que viria se tornar a Usina Santa Tereza. Discreto, evitava fotografias, compromissos sociais e contatos com a mídia.
Em 1951, aos 44 anos, criou a fábrica de cimento Nassau, que se tornou uma das maiores do País. E tinha hábitos espartanos. Era o primeiro a chegar à sede do conglomerado, no edifício Nassau, no bairro do Recife Antigo onde foi até 2007. Mesmo quando reduziu as idas ao escritório central, acompanhava os negócios por telefone.
João Santos é personagens de várias histórias de empreendedorismo e confiança no Brasil. Em 1992 quando inaugurou uma fábrica em Sergipe disse que o país seria uma potência agrícola e industrial, mas se queixava da pouca ousadia dos empresários nacionais.
Ele inaugurou 11 fabricas e numa delas foi abordado por um engenheiro que disse entusiasmado que a fábrica tinha reservas de calcário para 35 anos. Santos então com 85 chamou o jovem e perguntou:
“Meu filho e depois desse tempo eu vou viver de que ?.” o jovem engenheiro ele explicou que se a indústria dobrasse a produção essa reserva cairia para apenas 17 anos.
Outra história de João Santos está relacionada a compra a empresa de aviação executiva. Seus filhos Fernando e José compraram a empresa para ganhar tempo já que as suas fabricas exigiam viagens que malha aérea os obriga a perder tempo nos aeroporto. Certo dia, seu Joao entrou num jato novo e gostou da aeronave.
Chamou o piloto e perguntou: “Meu filho, estou pensando comprar um avião e gostei muito desse. Quem é o dono?”. O piloto sem saber do segredo respondeu “É do senhor, seu João”. Ao que ele disse. Esses meus filhos às vezes são muito ousados. Vou dar um puxão de orelhas neles quando chegar no Recife.
Ele ainda foi personagem de um outro evento curioso. Sua empresa teve problemas em São Paulo e precisou de desfazer de uma planta.
Na hora de assinar a entrega da fábrica, aos 75 anos, ele perguntou o seu executivo. “E a mina de calcário?”. O executivo disse que ela não está na negociação. “Ah bom. Então acho que daqui a 20 anos posso construir uma nova planta lá”. E aos 95 inaugurou mesmo uma nova fábrica no Estado.
Fonte:
JC Negócios
Por Fernando Castilhocastilho@jc.com.brInformação e análise econômica, negócios e mercados
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