O Grupo João Santos, anteriormente o segundo maior fabricante de cimento do Brasil com a marca Nassau, enfrenta mais um desafio em sua saga de recuperação judicial, marcada por disputas societárias entre herdeiros. Recentemente, Fernando Santos, filho do fundador, tomou uma medida legal ao entrar com um recurso solicitando a suspensão de todos os atos do inventariante, nomeado em 2022, e sua subsequente destituição.
De acordo com Fernando Santos, o inventariante designado nomeou administradores de sua própria confiança para liderar as empresas, resultando na venda do patrimônio do grupo - estimado em cerca de R$ 20 bilhões - a preços insignificantes. Os advogados de Fernando alegam que essa decisão compromete a recuperação judicial e prejudica os interesses dos credores.
Essa disputa familiar não é recente, com Fernando Santos sendo destituído da liderança da companhia em 2022 por outros cinco ramos da família. Além dos desafios da recuperação judicial, que acumula uma dívida superior a R$ 10 bilhões, o grupo também foi alvo da operação Background da Polícia Federal. Em janeiro, 26 pessoas, incluindo a maioria dos herdeiros e Fernando, foram tornadas réus da investigação. Esta investigação aponta para transferências de recursos entre empresas do grupo com o objetivo de evitar o pagamento de impostos e direitos trabalhistas.
Anteriormente, o Grupo João Santos chegou a alcançar um faturamento de R$ 3 bilhões em seu auge. Além da produção de cimento, a empresa tinha operações nos setores de celulose, açúcar e álcool, e imobiliário. Representantes dos outros herdeiros não responderam às solicitações de comentários ou optaram por não se manifestar sobre o assunto.
Fonte: Jornal o Poder
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