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Herdeiros do grupo Nassau planejam vender portos no Amazonas: “Muitas dívidas” -



Amazonas – O Grupo Nassau, também conhecido como Grupo João Santos, está diante de um processo de enxugamento patrimonial sem precedentes nos últimos 12 meses. Executivos designados para a Recuperação Judicial (RJ) conseguiram levantar quase 100% do patrimônio da empresa, desencadeando uma série de mudanças estratégicas e a possível venda de grande parte de seus ativos.

Sob a nova gestão, liderada pelos presidentes Guilherme Rocha e Nivaldo Brayer, o Grupo Nassau está implementando medidas significativas, incluindo a alienação de atividades-chave, como produção de celulose e açúcar, além da venda de milhares de hectares de terras no Maranhão. 



Essas decisões vêm após a destituição do inventariante Fernando Santos, que não vinha prestando contas do negócio, levando o grupo a solicitar Recuperação Judicial em 2022. 

A complexidade desse processo de reestruturação é evidenciada pela contratação de consultorias especializadas, como a PPK Consultoria, o escritório Matos Advogados e a TGI Consultoria, esta última incumbida de criar um Conselho Consultivo para alinhar as expectativas entre herdeiros e a gestão. Recentemente, as consultorias identificaram ativos que boa parte da família desconhecia, incluindo surpreendentes oito portos fluviais na região Norte do Brasil. 

Esses bens, anteriormente desconhecidos, somam-se aos desafios enfrentados pelo grupo, levando os cinco ramos de herdeiros a concordarem com o enxugamento patrimonial, com exceção do ramo liderado por Fernando Santos, que permanece em desacordo. 

Ativos no Amazonas: Desafios e Leilões No estado do Amazonas, onde os bens do Grupo Nassau são vastos, destaca-se um porto avaliado em R$ 35 milhões. 

Este porto está atualmente sob judice no Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região – Amazonas e Roraima (TRT-11). Recentemente, a primeira turma do TRT-11 rejeitou o recurso da empresa Itautinga Agro Industrial S. A, fabricante do cimento Nassau, determinando o leilão do porto para pagamento de dívidas trabalhistas em 239 processos. 

A medida, que está sujeita a recurso ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), evidencia os desafios legais e financeiros enfrentados pelo Grupo Nassau na região. 

Além da descoberta dos portos fluviais, os consultores identificaram mais de 100 mil hectares de terra no Maranhão, distribuídos em 200 a 250 matrículas, destacando-se por sua diversidade e complexidade, repletos de irregularidades. 

A reativação de fábricas, como evidenciado pelo retorno de quatro das 10 fábricas de cimento à operação, aponta para uma estratégia de foco e crescimento sustentável adotada pela nova gestão. 

Os recursos provisionados para a retomada de mais duas fábricas indicam um compromisso renovado com a preservação das operações fundamentais do Grupo Nassau. Dívidas O passivo do Grupo Nassau está dividido entre o que está sujeito e não sujeito a recuperação. O que pode ser recuperado se divide em quatro classes, sendo a primeira a que envolve o passivo trabalhista, totalizando R$ 400 milhões. 

Na classe dois não há credor inscrito. Na três estão os credores quirografados, cuja dívida chega a R$ 800 milhões (comerciantes ou bancos com garantia de aval) e na classe quatro, os micro e pequenos empresários, com passivo de R$ 150 milhões. 

Os passivos não sujeitos à recuperação (valor de R$ 800 milhões não consolidado) envolvem tributos (R$ 1,5 bilhão em transação já consolidada) e bancos com garantia por alienação fiduciária.

Por Gomes do CM7Brasil
Com auxílio de informações: Folha de Pernambuco 

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