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NEEMIAS VIANA |
Há exatos 12 meses de muita
persistência, finalmente o blog do milton vieira conseguiu entrevistar o
empresário Neemias Viana sobre as supostas irregularidades em licitações da
prefeitura de Coelho Neto das quais ele participou, que foram questionadas e publicadas por este blog e,
posteriormente denunciadas ao MPE.
A denúncia ao MPE destaca a
licitação para a reforma do SAMU, o que gerou Notificação Ministerial nº
27/2017, assinada pela promotora de justiça, Dra. Aline da Silva Albuquerque,
solicitando esclarecimentos a respeito das narrativas ao poder executivo local.
O blog obteve cópia do Memorando
nº 037/2017, de 16 de outubro do mesmo ano, através do qual o então presidente
da CPL tentou desqualificar a denúncia, taxando-a de infundada e infamemente noticiada
ao Ministério Público.
Decorrido um ano da primeira
publicação da referida Tomada de Preço no Diário da FAMEM e, passados seis
meses da primeira etapa da investigação do MPE, nos encontramos novamente com
Neemias Viana. Diante de nova negativa, resolvemos deixar com o empresário uma
cópia do ofício nº 258/2017/EXT/PMCN constando, em anexo, cópia da resposta da
prefeitura ao MPE.
Hoje, o empresário nos recebeu
novamente. Diante da nossa persistência, de fato recorrente envolvendo o
transporte escolar e depois de minuciosa análise sobre o conteúdo da resposta
da prefeitura, que ele teve acesso, resolveu nos conceder a tão desejada
entrevista. Ele esclarece aos nossos leitores fatos importantes que podem
comprovar suposta prática viciosa nas licitações de Coelho Neto. Confira:
diretoaoassuntocn – Por que você
resolveu falar sobre o certame envolvendo a reforma do SAMU?
Neemias – Primeiro, em respeito à
sua persistência para esclarecer os fatos aos seus leitores. Segundo, porque,
depois de ler a documentação que você me passou, me senti na obrigação de
esclarecer a verdade dos fatos.
diretoaoassuntocn – O que você
destaca como inverdades nesse certame do SAMU?
Neemias – Há divergência entre o
preço licitado e o preço contratado. Eu participei do certame e digo com toda
verdade que o preço licitado foi de R$ 53.699,44. Portanto, muito diferente do
preço contratado pela prefeitura, publicado no Diário Oficial e na placa da
obra como sendo de R$ 74.412,08.
diretoaoassuntocn - Mas, o senhor
está afirmando isso como muita propriedade. Você tem como provar o que está
sustentando?
Neemias - Sim.
diretoao assuntocn - De que forma
você preovaria?
Neemias - O próprio Memorando que
eu tive acesso através de você aponta todos os caminhos ppara as irregularidades
desse certame.
diretoaoassuntocn - Mas, você não considera isso uma fraude?
Neemias – Claro que sim!
Majoração de preço em licitação é fraude. Assim que eu visualizei a publicação
desse contrato no Diário da FAMEM, isso me trouxe uma preocupação muito grande,
a ponto de eu ligar para o prefeito na tentativa de avisá-lo do absurdo, mas,
infelizmente ele não atendeu minhas ligações.
diretoaoassuntocn – De que forma
você poderia provar essa afirmativa de fraude?
Neemias – Eu participei do
certame. Tenho cópia da ata que participei. Inclusive, vou lhe fornecer cópia
autenticada para você publicar. Fui inabilitado duas vezes. Não reclamei.
Considero normal o fato da gente ganhar ou perder. Agora, o que não é normal
são os vícios que comprometem a lisura do processo.
diretoaoassuntocn – Você poderia
citar esses vícios?
Neemias – Veja bem: Na primeira
licitação eu participei sozinho. Como fui inabilitado, a CPL estabeleceu nova
data e procedeu à publicação da convocação no Diário da FAMEM. No dia seguinte
à publicação do Edital fizeram nova publicação, desta feita, cancelando o certame
e, com isso, dando a entender que o governo havia desistido da reforma do SAMU.
Surpreendentemente, no dia seguinte a CPL publica nova convocação para o
certame, desta feita, para o dia 10 de maio de 2017. Outra vez compareci, e
concorri com a COTRAL. Fui inabilitado sem reclamar, inclusive, das mudanças de
cláusulas, que considero pegadinhas, apenas para justificar o cancelamento.
diretoaoassuntocn - Você me passou aqui, cópia autêntica da ATA
da realização do certame. E você assinou. O que você pode acrescentar sobre
isso?

Ata sem assinatura de Welice
Pereira
Neemias – Não vou acrescentar
nada. Vou apenas relatar a gravidade dos fatos constantes nesta ATA. Veja bem,
estamos falando de vícios desta licitação. Algo gritante, por exemplo, podemos
constatar na cópia autêntica que lhe forneci. Veja: consta assinatura do
presidente da CPL, Lúcio André Galeno Simôes, do membro João Neto Aguiar de
Sousa, a minha e a do representante da COTRAL, vencedora do certame. Porém, não
consta a assinatura da membro Welice Pereira de Souza Bastos Pfleger. De fato,
ela não estava presente na realização do certame.
diretoaoassuntocn – Mas, na cópia
encaminhada ao MPE pela prefeitura e que me foi fornecida, e que eu também lhe
repassei, e que será publicada nesta matéria, consta todas as assinaturas,
inclusive, a da senhora Welice?

Ata com assinatura de Welice
Pereira
Neemias – Aí está a ponta do nó a
ser desatado.
diretoaoassuntocn – Só mais uma
pergunta: No memorando da prefeitura encaminhado ao MPE, da qual lhe forneci cópia,
consta que você também recebeu o EditaL da Limpeza Pública. E da Reforma de
cinco escolas, você também recebeu?
Neemias – Sim, recebi.
diretoaoassuntocn – Você
participou dessas licitações?
Neemias - Não. Não participei.
diretoaoassuntocn - Por que você
não participou?
Neemias – Exatamente por conta
dessa persistência demasiada de vícios! Pra você ter uma ideia, esses editais
foram publicados no final de março de 2017. A partirt de então, e de maneira
persistente, diariamente nos dias útéis, eu procurei a CPL para ter acesso aos
editais dos certames aqui citados, mas sempre fui recebido com alegações de que
os editais ou não estariam prontos ou só o presidente poderia entregá-los.
Finalmente, no dia 18 de abril, uma terça-feira, fui direcionado ao presidente
da CPL, senhor Lúcio Galeno, o qual me recebeu informando que o Edital da
Reforma das Escolas não podia ser mais entregue porque a data da visita técnica
havia expirado dia 14 de abril. O curioso, aqui, Milton, é a falta de cuidado
com o cometimento de vícios.
diretoaoassuntocn - Você poderia
ser mais claro com relação essa "falta de cuidado"?
Neemias - Vou explicar em dois
pontos. Primeiro: 14 de abril de 2017 foi sexta-feira santa! Como é que se
convoca uma visita técnica para sexta-feira da paixão?! Isso é subestimar a
inteligência das pessoas. Aí eu lhe pergunto, caro blogueiro, isso é vício ou
não é? Pois bem. Esclarecido esse ponto vamos ao segundo: Visita técnica às
obras ela é facultada aos licitantes e não uma obrigatoriedade como diz o
Edital. Mesmo que essa imposição tivesse amparo na Lei de Licitações, os
interessado que fossem à prefeitura não iriam ter acesso aos editais, mesmo
porque a prefeitura estava fechada , afinal de contas era Sexta-Feira da Paixão.
Além do mais, os Editais não estavam disponíveis na internet. Concluindo,
Milton, essas justificativas que me foram dadas pelo presidente da CPL,
confirmadas nesse Memorando apresentado por ele mesmo, me fizeram entender que
esses dois certames estavam direcionados, mesmo faltando ainda 15 dias para a
sua realização.
Após a entrevista, Neemias
refletiu que o MPE possui os meios, a função e a obrigação para investigar
ocorrências de irregularidades na administração pública e, no cumprimento do
seu dever, prestar os devidos esclarecimentos à sociedade, principalmente
quando é provocado a agir, como está sendo nesse caso.
Ele se disse disposto a prestar
esclarecimentos sobre a matéria onde for necessário. Mas, como se trata de um
processo em questionamento, o ideal, segundo ele, é que faça agora a
investigação.
Do Blog do Milton Vieira.
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