As visitas domiciliares realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE) desempenham um papel crucial na saúde pública brasileira. Além de promoverem a qualidade de vida da população, essas visitas geram um impacto econômico significativo para os municípios, movimentando bilhões de reais na economia nacional.
A relevância dos agentes na economia e na saúde pública
Atualmente, o Brasil conta com 281.062 Agentes Comunitários de Saúde registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), responsáveis por atender diretamente cerca de 128 milhões de pessoas em todo o país. Esse trabalho não apenas fortalece a atenção primária, mas também representa uma importante fonte de receita para os municípios.
Os recursos gerados pelas visitas domiciliares
Cada visita realizada por um ACS pode gerar entre R$ 50,00 e R$ 150,00 para os cofres públicos. Considerando o número total de cidadãos atendidos, o impacto financeiro dessas visitas pode variar entre R$ 6,4 bilhões e R$ 19,2 bilhões por mês. Esse montante é essencial para o financiamento da Atenção Primária à Saúde, garantindo melhores condições de atendimento à população e fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS).
A modernização como aliada dos agentes
A adoção de novas tecnologias pode potencializar ainda mais o impacto econômico e social dos agentes. Um exemplo notável é o município de Parnamirim (RN), onde a informatização do trabalho dos ACS, por meio da entrega de tablets, otimizou a coleta e envio de dados ao Ministério da Saúde. Como resultado, houve um aumento na captação de recursos, evitando perdas financeiras significativas.
O vereador Michael Borges destacou que 86% dos recursos da atenção primária vêm do trabalho dos agentes de saúde, evidenciando a importância da categoria na captação de verbas para os municípios. Com a digitalização, cada entrevista realizada continua gerando receita, mas com maior eficiência e segurança.
As perdas financeiras causadas pela falta de tecnologia
A ausência de um sistema informatizado pode resultar em perdas expressivas. Em Parnamirim, por exemplo, a falta de investimentos em tecnologia levou a um prejuízo de R$ 6,7 milhões para os cofres públicos. Esse cenário poderia ter sido evitado com medidas simples, como a capacitação dos agentes e o fornecimento de equipamentos adequados.
O reconhecimento e a valorização dos agentes
Apesar do impacto positivo dos ACS e ACE na economia e na saúde pública, a categoria ainda enfrenta desafios como a falta de reconhecimento e investimentos adequados. Muitos gestores municipais e estaduais evitam divulgar essas informações, temendo o fortalecimento da classe. No entanto, à medida que os profissionais compreendem sua relevância, tornam-se mais preparados para reivindicar melhorias e direitos.
O futuro da atenção primária no Brasil
Para que o modelo de saúde pública brasileiro continue evoluindo, é essencial garantir condições dignas de trabalho, reconhecimento e investimentos em tecnologia para os Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias. O impacto econômico gerado por esses profissionais demonstra que sua valorização não é apenas uma questão de justiça, mas uma estratégia fundamental para fortalecer o sistema de saúde e a economia do país.
Ao reconhecer e apoiar esses trabalhadores, o Brasil dá um passo essencial para melhorar a qualidade de vida da população e garantir um sistema de saúde mais eficiente e sustentável.
Informação: JASB
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