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Maranhão é o 4º Estado com maior taxa de detecção de casos de Aids no país



Causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) se desenvolveu em 37.761 mil pessoas no Brasil, durante o ano passado, segundo novo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. No Maranhão, foi verificado um aumento de 41,7% na taxa de detecção da doença, de 2008 a 2018. O estado ocupa, desde então, a quarta colocação dentre as unidades da federação, perdendo apenas para Rio Grande do Norte, Tocantins e Amapá, que tiveram índices de 81,7%, 47,1% e 46,2%, respectivamente.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2008, a taxa de detecção de Aids, por 100 mil habitantes, no Maranhão, era de 13,9%. Já em 2018, esse percentual aumentou para 19,7%. No Rio Grande do Norte, esse índice subiu de 1,5% para 20,9%. Em Tocantins, passou de 10,2% para 15%. No Amapá, de 18,4% para 26,9%. Esses números, no entanto, podem ser maiores, uma vez que representam apenas os casos detectados. Ou seja, há pessoas que foram infectadas pelo vírus, mas não sabem.

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foram notificados 300.496 casos de infecção pelo HIV no Brasil de 2007 até junho de 2018. Destes, 136.902 (45,%) ocorreram na região Sudeste, 60.470 (20,1%) na região Sul, 55.090 (18,3%) na região Nordeste, 26.055 (8,7%) na região Norte e 21.979 (7,3%) na região Centro-Oeste.

Somente no ano passado, foram notificados 43.941 casos de infecção pelo HIV no Brasil. No Norte, foram 5.084 (11,6%) situações. Outras 10.808 (24,6%) aconteceram no Nordeste, 16.586 (37,7%) no Sudeste, 7.838 (17,8%) no Sul e 3.625 (8,2%) no Centro-Oeste.

Idade e escolaridade

No período de 2007 a junho de 2019, no que se refere às faixas etárias, observou-se que a maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se na faixa de 20 a 34 anos, representando um percentual de 52,7%. Com relação à escolaridade, no mesmo período, verificou-se um elevado percentual de casos ignorados (25,5%), o que dificulta uma melhor avaliação dos casos de infecção pelo HIV relativos a esse item, conforme o Ministério da Saúde.

No que se refere à escolaridade informada, a maior parte possuía Ensino Médio completo, representando 20,7% do total. Em seguida, observam-se 12,1% de casos com escolaridade entre a 5ª e a 8ª série incompletas. Com relação à raça/cor da pele autodeclarada, observa-se que, entre os casos registrados no Sinan, no período de 2007 a junho de 2019, 40,9% ocorreram entre brancos e 49,7% entre negros (pretos e pardos, sendo as proporções estratificadas 10,6% e 41,5%, respectivamente).

No sexo masculino, 42,6% dos casos ocorreram entre brancos e 48,1% entre negros (pretos, 9,6% e pardos, 38,4%). Entre as mulheres, 37,2% dos casos afetaram as brancas e 53,6% as negras (pretas, 12,9%; e pardas, 40,7%).

Taxa entre gestantes
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, no período de 2000 até junho de 2019, foram notificadas 125.144 mil gestantes infectadas com HIV. Verificou-se que 38,1% das grávidas eram residentes na região Sudeste, seguidas pelas residentes das regiões Sul (30,0%), Nordeste (17,7%), Norte (8,3%) e Centro-Oeste (5,8%). Em 2018, foram identificadas 8.621 gestantes infectadas no Brasil. Destas, 33,5% na região Sudeste, 26,9% no Sul, 22,8% no Nordeste, 11,0% no Norte e 5,8% no Centro-Oeste.

Em um período de 10 anos, houve um aumento de 38,1% na taxa de detecção de HIV em gestantes, pois, em 2008, a taxa observada foi de 2,1 casos/mil nascidos vivos. Em 2018, foi de 2,9/mil nascidos vivos. No ano passado, o Maranhão ficou abaixo dessa taxa nacional. Entre as unidades da federação, nove estados apresentaram taxa de detecção de HIV em gestantes superior à nacional em 2018: Rio Grande do Sul (9,2 casos/mil nascidos vivos), Santa Catarina (6,1), Roraima (4,6), Rio de Janeiro (4,1), Amazonas (3,5), Pernambuco (3,4), Mato Grosso do Sul (3,2), Amapá (3,1) e Pará (3,0).

Por outro, com relação às capitais, São Luís ficou superior à taxa nacional de 2,9, de acordo com o boletim epidemiológico. Apenas sete dentre as cidades mostraram, no ano passado, taxa de detecção inferior à taxa nacional: Brasília (1,0), Rio Branco (1,5), Goiânia (2,1), Belo Horizonte (2,1), João Pessoa (2,5), Natal (2,5) e Teresina (2,6). Porto Alegre é a capital com a maior taxa de detecção com relação ao período, com 20,2 casos/mil nascidos vivos.

Aids no Brasil
De 1980 a junho de 2019, foram identificados 966.058 casos de Aids no Brasil. O País tem registrado, anualmente, uma média de 39 mil novas incidências da doença nos últimos cinco anos. Entretanto, o número anual de casos está diminuindo desde 2013, quando atingiu 42.934 pessoas. Em 2018, foram registrados 37.161 situações. A distribuição proporcional dos casos, identificados de 1980 até junho de 2019, mostra uma concentração nas regiões Sudeste e Sul, correspondendo cada qual a 51,3% e 19,9% do total verificado.

As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste correspondem a 16,1%, 6,6% e 6,1% do total dos casos, respectivamente. Nos últimos cinco anos (2014 a 2018), a região Norte apresentou uma média de 4,4 mil incidências ao ano; o Nordeste, 8,9 mil; o Sudeste, 15,4 mil; o Sul, 7,7 mil; e o Centro-Oeste, 2,8 mil.

A taxa de detecção de Aids vem caindo no Brasil nos últimos anos, conforme o Ministério da Saúde. Em 2012, foi de 21,7 casos por 100.000 habitantes; em 2014, foi de 20,6; em 2016, passou para 18,9; finalmente, em 2018, chegou a 17,8 casos por 100.000 mil habitantes. Em um período de 10 anos, a taxa de detecção apresentou queda de 17,6%: em 2008, foi de 21,6 por 100.000 habitantes, e, em 2018, de 17,8 a cada 100 mil habitantes.

Prevenção
Até dezembro deste ano, a previsão do Ministério da Saúde é distribuir 462 milhões de preservativos masculinos, o que representa aumento de 38% em relação ao ano passado, quando foram distribuídos 333,7 milhões de unidades. O número de preservativos femininos distribuídos pode chegar a 7,3 milhões de unidades. Em 2018, foi 1,6 milhão.
Ainda em 2019, está prevista a finalização da entrega de 12,1 milhões de testes rápidos de HIV, fundamentais para o diagnóstico e futuro tratamento das pessoas infectadas.

Campanha
A campanha publicitária lançada pelo Ministério da Saúde neste ano celebra as conquistas nos 31 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids. Com o conceito “HIV/aids. Se a dúvida acaba, a vida continua”, a ação tem objetivo de mudar, na população jovem brasileira, a atitude e a percepção da importância da prevenção, teste e tratamento do HIV para evitar a doença.

O Ministério ressaltou que, caso o teste de HIV der positivo, com o tratamento adequado, o vírus pode ficar indetectável, e a pessoa não desenvolve a Aids. Todo o tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuito, seguro e eficaz.

HIV E AIDS

Conviver com o vírus HIV é diferente de viver com Aids. O HIV ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As mais atingidas são as células brancas de defesa, os leucócitos. O vírus se insere dentro do DNA destas células e faz milhões de cópias de si mesmo, rompendo-a em busca de outras para continuar a infecção. Já a Aids é o estágio mais avançado desta infecção, porque o vírus, ao destruir as células de defesa, deixa o organismo mais vulnerável a diversas enfermidades.

Mas nem todo indivíduo que vive com o vírus chega a desenvolver a síndrome. Isso acontece por conta das variações dos sistemas imunológicos de cada pessoa ao combater o HIV. Em alguns casos, a infecção evoluirá mais rápido do que em outros, chegando a fase chamada de Aids.

NÚMEROS
41,7% foi o aumento na taxa de detecção da doença entre os anos de 2008 e 2018
4ª colocação é onde está o Maranhão, em taxa de detecção de Aids, atrás apenas do Rio Grande do Norte, Tocantins e Amapá


Taxa de detecção

Estados que registraram aumento
  1. Rio Grande do Norte – 81,7%
  2. Tocantins – 47,1%
  3. Amapá – 46,2%
  4. Maranhão – 41,7%
  5. Pará – 39,3%
  6. Alagoas – 35,7%
  7. Acre – 35%
  8. Paraíba – 11,8%
  9. Goiás – 10,6%
  10. Piauí – 10,2%
  11. Sergipe – 10,1%
  12. Ceará – 9,8%
  13. Bahia – 6,8%
  14. Amazonas – 1,4%
  15. Roraima – 1,3%
  16. Pernambuco – 1,1%
NELSON MELO / O ESTADO



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