A disputa pela posse da propriedade Thomé, na zona rural de Coelho Neto, atingiu um novo patamar de violência na tarde de hoje. A contenda entre o Grupo João Santos e os herdeiros da família Rocha culminou em um episódio de tiros, intimidação e ameaças de morte.
O conflito, que já se arrasta há meses, teve início com a alegação do Grupo João Santos de que a propriedade lhes pertence. Em contraponto, o advogado dos herdeiros, Dr. Francisco Lopes, apresentou uma certidão expedida pelo Cartório da Comarca, comprovando que a gleba está sob posse da família Rocha há mais de um século.
Os Acontecimentos
A tensão começou em março deste ano, quando seguranças, sob a liderança do suposto Supervisor de Segurança Antonio Neto, instalaram uma placa no local, declarando a propriedade como pertencente ao Grupo João Santos. Posteriormente, esses seguranças proibiram os herdeiros e moradores de circularem pela terra e de se aproximarem das nascentes de água, levando ao registro de um Boletim de Ocorrência na Delegacia da cidade.
Hoje à tarde, a situação escalou para a violência. Homens armados do Grupo João Santos invadiram a propriedade por volta das 16 horas, intimidando e ameaçando trabalhadores que cuidavam da construção de uma cerca.
Depoimentos das Vítimas
Raimundo Nonato Vaz de Sousa, 51 anos, morador há três décadas, relatou que um dos seguranças, segurando no coldre, perguntou se ele sabia para que servia aquela arma. Antonio Francisco Rocha, 46 anos, um dos herdeiros, exigiu a apresentação de um mandado judicial. Os seguranças recusaram-se e um deles afirmou que o advogado dos herdeiros estava "entrando em assunto que não é dele".
A situação piorou quando Francisco, um dos seguranças, sacou a arma e atirou para o alto, causando pânico entre os presentes. "Quando a gente voltar aqui de novo, vocês já sabem o que vai acontecer", ameaçou.
Medidas Legais e Repercussão
Antonio Francisco Rocha e Raimundo Nonato Vaz de Sousa compareceram à Delegacia, acompanhados do advogado Dr. Lopes, para registrar um novo Boletim de Ocorrência. O delegado titular, Dr. Diego Fernandes Rocha Pereira, abriu um inquérito policial para apurar o caso.
Em entrevista exclussiva ao Jornalista Miltom Vieira, Dr. Francisco Lopes afirmou que a ação do Grupo João Santos visa claramente intimidar os legítimos donos da terra e forçá-los a abandonar a propriedade. A situação gerou grande repercussão na comunidade local, onde muitos expressaram apoio aos herdeiros e clamaram por justiça. Medidas de segurança adicionais estão sendo tomadas para evitar novos confrontos e garantir a proteção dos moradores.
A disputa pela propriedade Thomé continua sendo um tema sensível e tenso na região, com a comunidade local atenta aos desdobramentos desse caso de grande importância para os envolvidos e para a sociedade como um todo.
Fonte e fotos: Milton Vieira
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